Tendemos a medir a
capacidade das competições pela valia das equipas mais fortes, mas raramente a
capacidade de um gigante de um determinado país dá uma ideia clara do que vale
o futebol dessa região africana.
Os exemplos são vários. Na República Democrática do Congo, o
TP Mazembe vive à margem das equipas que lutam pelo acesso às provas da CAF. Na
África do Sul, o Mamelodi Sandows é um caso à parte da realidade média dos
clubes da pátria de Mandela. Na Tunísia o Esperance é o “representante
permanente.”
Angola não deixa de viver nessa mesma composição. A
capacidade do Petro e 1º de Agosto em presenças na Liga dos Campeões, não
servem para medir a realidade dos outros clubes domésticos.
O Petro está a fazer um “figurão” na presente edição da
champion, com um saldo extremamente positivo no final do primeiro turno da fase
de grupos, com duas vitorias dois empate
e, a depender inteiramente de si para garantir o passe para a próxima fase da
prova.
Este ciclo positivo do campeão nacional, tem merecido a
atenção da imprensa especializada do continente, que destaca o facto da equipa
angolana ter conquistado quatro pontos, num terreno dificílimo para os
visitantes, como é a Tunísia.
Ao contrario do Petro, o Sagrada Esperança e a Académica do
Lobito, terminaram a primeira volta da fase de grupos da Taça da Confederação
com um saldo claramente negativo.
Os lundas, em três jogos somaram duas derrotas e apenas uma
vitória mas continuam “vivos” na prova, já os lobitangas parecem condenados ao
descalabro, fruto de três derrotas, duas consentidas em casa e uma fora de
portas.
Por isso defendo, que os “embaixadores”da imagem do futebol
angolano além fronteiras devem merecer o carinho e respeito de todos nós, independentemente
das preferências clubísticas.
Algumas fontes, ainda não confirmadas pela direcção da Académica do Lobito, asseguram
que os atletas e equipa técnica estão sem salários há mais de três meses,
situação que naturalmente afecta o rendimento de qualquer mortal,
principalmente quando está envolvido numa alta competição, como é o Troféu
Nelson Mandela.
Também sou daqueles que defendo que “quando não há condições
não inventemos moda”, mas parece-me que para maioria dos dirigentes desportivos
do meu país, o importante é mesmo só “aparecer” sacrificando ao limite, os
verdadeiros “artistas da bola.”
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